quinta-feira, 21 de maio de 2015

Amor romântico


A sociedade nos ensina que a felicidade suprema reside em encontrar um par amoroso a quem devemos amar incondicionalmente, por toda a eternidade. Essa pessoa, de preferência do sexo oposto, nos trará a plenitude e tudo passará a fazer sentido, prometem. E nós acreditamos.

A ideia de amor romântico, que nos faz crer que a salvação está no outro, traz, antes de tudo, frustração, pois aprendemos na marra e à custa de muita decepção que ninguém pode suprir todas as nossas necessidades e nos trazer realização.

Sua maior vítima somos nós, mulheres, que desde a infância somos bombardeadas por histórias de princesas apaixonadas e de moças que se mantiveram virgens para seus amados, pela indústria do casamento, que nos vende sonhos personificados em vestidos de noiva, por exemplos e mais exemplos de mulheres que aguardam, entediadas, pelo grande amor.

Só que nem toda mulher busca o amor romântico como forma de realização pessoal. Aliás, um número cada vez maior de mulheres abomina a ideia de depositar a responsabilidade por seu desejo, sonhos e felicidade na mão de outra pessoa que não seja ela mesma. Porque a verdade é que os encontros amorosos podem ser incríveis, mas o outro não nos realiza, não nos define, não nos basta. Afinal, a vida nos reserva mais do que uma história de amor perfeita; ela guarda em si e antes de tudo uma imensidão de possibilidades.

*Texto publicado originalmente na página "Quebrando o Tabu"